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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Semana 31 - Desafio 365 Fotos

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E mais uma semana se passou, vamos ver o que andei a fazer? 

 

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Foto 1- Bolachinhas de aveia, para petiscar nesta nova fase, cuja receita podem encontrar no novo blog

 

Foto 2- Terça-feira é dia de ir buscar a fruta que não é nada feia.

 

Foto 3- Dia de mimar o Pulga, que tanto tem sofrido com este calor... 

 

Foto 4- O livro que terminei de ler, do Livro Secreto e um sumo adelgaçante - dizem - de abacaxi e hortelã. 

 

Foto 5- Leitura d'O jogo do anjo de Carlos Zafón recomeçada, agora só paro quando chegar ao fim. 

 

Foto 6- Uma antiga foto minha, tirada na Linha do Douro a caminho da Régua. 

 

Foto 7- E porque Domingo é dia de mensagem Nicola, Bom dia a quem já escapou por um triz. 

 

 

Estas e muitas outras fotos da Mula no Instagram. Quem é que ainda não segue? 'Bora lá! 

Tentam vender a imagem perfeita...

... Mas a imagem perfeita não existe.

 

Cada vez mais tenho a certeza que o português foi durante muitos anos racista porque invejava a cor negra.

 

É dito e sabido que o português não pode ver um raio de sol que imediatamente ruma à praia. Que os solários estão carregados de gente que ambiciona ser mais escura - alguns até preferem padecer de uma cor cujo nome não deve constar nos manuais, de tão estranha que é. Que todos os anos há histórias de escaldões perigosos porque se besuntaram com azeite e coca-cola. O que não faltam é histórias estranhas de pessoas que recusam aceitar a cor que os seus pais lhe deram. 

 

Porquê?

 

Durante toda a minha vida me tentaram vender a imagem de que a mulher para mostrar a perna tem que estar bronzeada. Que as pernas branquinhas cor da neve apenas deveriam ser exibidas pelas inglesas e até essas era ridicularizadas em discursos mais baixos - qual admiração do aberrante, qual raridade. Que na impossibilidade de se ir à praia ou ao solário que as mulheres deveriam de usar auto-bronzeadores. 

 

Mas... O que tem de errado o branco? O que assusta tanto as pessoas afinal, para existir esta total recusa de uma cor? 

 

Então e se eu gostar de ser branca? Se eu não quiser escurecer um tom na minha pele, nem dois, nem três? 

 

Se eu gostar de ser branca, a sociedade não tem lugar para mim?

Livro Secreto - Balanço

E algures em Outubro ou Novembro do ano que passou, a mais conhecida que o tremoço M.J. imbuída no espírito natalício da altura, teve uma epifania e lembrou-se que poderíamos trocar livros no Natal. Não sei se a ideia inicial dela era outra, ou se eu é que percebi tudo errado - que pensamento rápido e boa compreensão já sabem não ser o meu forte -, compreendi que seria para escolhermos um livro nosso e oferecermos a uma pessoa aleatória que se inscrevesse no desafio de leitura. Assim eu receberia um livro de oferta e ofereceria outro. Só e apenas, finito. Um livro. Um livro que poderíamos ler quando nos apetecesse. Afinal não foi assim. Não iríamos oferecer nenhum livro. Iríamos apenas doar temporariamente um livro ao grupo mas no final, bom filho a casa torna.

 

Confesso que me assustei, Éramos 13 pessoas. A ideia era ler 12 livros diferentes que não escolhemos ler. Tempo do desafio: 12 meses. Desde pequena que leio e que adoro ler, mas quem me conhece sabe o que acontece quando me obrigam a fazer coisas, a ler coisas... Eça sofreu com o meu desprezo devido à obrigação de o ler, Saramago não foi exceção. Odeio ler por obrigação. Mas também odeio voltar com a minha palavra atrás. Assim segui com o desafio, enviei o recém lido Adultério de Paulo Coelho, que na altura adorei, cruzei os dedos e rezei. Bem, é possível que agora esteja a exagerar um pouco, o caso também não era para tanto, mas confesso que tenho um ritmo de leitura irregular e achei que não iria conseguir cumprir os prazos.

 

Enganei-me, com à exceção do livro que me calhou na altura do casamento e da lua-de-mel e que por isso não consegui ler, cumpri todos os prazos e li com satisfação todos os livros que recebi. Ora a nossa Presidenta como a Maria das Palavras diz e muito bem, sugeriu-nos a resposta a algumas questões. Ora aqui vão:

 

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(Livro que terminei de ler esta semana e que em breve falarei sobre e o meu refresco de abacaxi e hortelã que sabe tão bem com este calor.)

 

a) Porque decidi participar na iniciativa:

Porque percebi tudo errado, porque de um modo consciente nunca me envolveria numa loucura destas... Ler um livro por mês - e agora até mais que isso, que também tenho os meus livros para ler - tendo em conta que estou fora de casa mais de 12 horas por dia, que não me sobra grande tempo para leituras, a não ser em viagens e entre uma pitada de sal e um virar o frango. É que ler no trabalho, tirando no inverno, está fora de questão, porque não me consigo concentrar. Mas a verdade é que tenho encontrado tempo e estou a adorar. Fico muito feliz por ter percebido tudo errado e ter tido oportunidade de participar neste desafio.

 
b) Qual o livro que mais gostei até agora:

No geral gostei de todos os livros que li até agora* - uns mais que outros está claro -, mas sem dúvida que a Sombra do Vento de Carlos Zafón levou o meu coração. Há muito que um livro não me prendia como este me prendeu e devorei-o de uma ponta à outra em pouco mais de uma semana. 


c) Qual o livro que menos gostei:

Estão a circular no desafio diferentes livros, de diferentes estilos. É normal que hajam uns que se enquadrem mais nas nossas leituras habituais, e outros que por fugirem demasiado ao habitual não nos prendam tanto. Até agora o livro que esteve totalmente fora do que costumo ler e que foi o livro que menos me prendeu foi o Lua-de-Mel em Paris de Elizabeth Adler. Gostei do livro no geral, mas é para mim demasiado descritivo e com pouco sumo que se retira para a vida. Gosto de encontrar nos livros ensinamentos, frases e palavras que me toquem ao coração e me façam pensar, e neste não consegui encontrar. Ainda assim, li sem dificuldades e não me foi maçador, é um bom livro para sonhar e para os dias em que estamos tristes e chateados e precisamos de algo que nos anime. Acho que daria, por exemplo, um bom filme, que contrariamente às leituras, adoro filmes deste género.


d) Uma passagem do livro que tenho e que está sublinhada por alguém:

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(Da nossa Petrolina, que há-de voltar.)  

 


e) Se já pensei em desistir:

Só mesmo no início, quando percebi a dinâmica do desafio e achei que não iria conseguir cumprir os prazos e que não iria ter prazer com as leituras uma vez que não poderia escolher os livros. Tão enganadinha que eu estava. 


f) Coisas que gosto e não gosto na iniciativa:

Gosto de ter a possibilidade de me surpreender com livros que de outra maneira não leria - e que tão boas surpresas já tive; gosto da partilha de emoções e sentimentos que se cria com as citações dos anteriores leitores; gosto de conhecer novos autores, alguns como este Sandor Marai que nunca tinha ouvido falar; gosto porque gosto de livros e livros são livros. Não gosto do terror psicológico que todos os meses sofro nos CTT a esconder as folhas com as citações no interior do livro - era bastante mais fácil se todos permitissem rabiscar o próprio livro; não gosto dos timings ainda que tenha consciência que têm de existir; odeio ter de entregar o livro a outra pessoa e não o poder colocar na minha estante como se fosse meu... A verdade é que há livros, como a Sombra do Vento que depois me obrigam a adquiri-los, mesmo depois de já os ter lido, porque se eu gosto tanto de um livro eu tenho de o ter na minha estante para o folhear sempre que sentir vontade.


g) Se pudesse trocava o livro que enviei por outro: qual!

Se pudesse trocaria o meu livro pela minha primeira opção: Estarás aí? de Guillaume Musso, só que na altura considerei que poderia ser complicado devido ao número de páginas e ao facto de ser livro de bolso e saber que nem toda a gente se dá bem com os livros de bolso por terem letras demasiado pequenas. Mas seria esse que teria oferecido. Porque foi um livro que me disse muito e me colocou algumas questões importantes ao nível do "e se...".

 

Como podem ver, o balanço é mais que positivo - se isso for possível. Posso já reservar o meu lugar no segundo round?

 

* livros lidos: Uma mulher não chora de Rita Ferro; Plano Infinito de Isabel Allende; Lua-de-mel em Paris de Elizabeth Adler; A sombra do vento de Carlos Zafón;  O Navegador Solitário de João Aguiar; Cloud Atlas de  David Mitchell (não terminado); As velas ardem até ao fim de Sandor Marai.

Curtas do dia #349

Gostam do meu blog, dizem eles.

 

Queriam escrever uma publicação para o meu blog, por gostarem muito do meu blog, dizem eles.

 

Queriam escrever sobre "o que ter em conta quando escolhe a cor de uma parede"Eu iria gostar muito, dizem eles. 

 

É que gostam tanto do meu blog que até querem escrever uma publicação que tanto se enquadra no âmbito do mesmo.

 

Querem ver que ando há mais de um ano a escrever sobre decoração e nunca percebi? Que despistada sou...

A Mula Informa: Projecto Fruta Feia

 

"Gente bonita come fruta feia."  É o lema do projeto que já evitou mais de 300 toneladas de desperdício em frutas e legumes desde Novembro de 2013.

 

O projeto Fruta Feia consiste em comprar aos produtores fruta e legumes que não são aceites nos supermercados por não terem o formato, a cor e o calibre desejados - que resulta num desperdício de 30% da produção dos agricultores - e vender aos consumidores a um preço mais reduzido. Atualmente a Cooperativa Fruta Feia tem mais de 800 consumidores e com isso evita mais de 4 toneladas de desperdício por semana, de acordo com o site da cooperativa. 

 

Finalmente a Fruta Feia chegou ao Porto e aderi. A cota para fazer parte da rede tem um preço simbólico - de apenas 5€/ano - e uma vez aceite a nossa adesão, todas as semanas temos direito a uma cesta pequena -3/4kg- com fruta e legumes por 3,5€, ou uma cesta grande - 6/8kg - por 7€. Todas as semanas sabemos de antemão quais os produtos que a cesta contém e caso não interessar podemos cancelar a mesma. Os produtos são variados, desde os mais comuns aos mais silvestres. Tanto vêm maçãs e melão, como framboesas e mirtilos. Podemos encontrar nas cestas abóboras, beringelas, courgettes, um pouco de tudo.

 

Exemplo da cesta que fui buscar ontem:

 

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(Todo este cabaz custou 3,5€)

 

Querem saber a minha opinião pessoal sobre este projeto? Sinceramente? Já vi fruta mais feia nos supermercados que nas cestas que trazemos para casa e o preço é sem dúvida bastante atrativo. Compramos a cesta pequena porque a grande é demasiado para apenas duas pessoas, mas para uma família maior sem dúvida que poderá optar pela grande. Para além de pouparmos uns trocos, ainda ajudamos este novo projeto e ajudamos a diminuir o desperdício.

 

Acedam ao site frutafeia.pt, saibam mais sobre o projeto e inscrevam-se. Ajudem também a reduzir o desperdício. Neste momento só as delegações do Porto estão a aceitar inscrições, mas é uma questão de estarem atentos a novas aberturas caso estejam interessados.

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