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Desabafos da Mula

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos.

Desabafos da Mula

Desafio | Eu e os Filmes #11

Parece mentira, mas nunca vi

 

É desta que sou expulsa do desafio por mau comportamento cinéfilo. Parece mesmo mentira, mas eu nunca vi - e até quero ver - o Avatar e adianto, desde já, que não adianta falarem-me das maravilhas do filme que eu até acredito, mas na altura não consegui convencer o Mulo a ir ver o filme comigo, e entretanto também não surgiu essa oportunidade. Está na lista, mas como acho que existe uma grande possibilidade de não gostar, vou adiando.

 

 

 

Uma espécie de Review de alguém que não percebe nada disto: Hardcore Henry

A Mula viu o pior filme de sempre, e ainda está meia abananada com isso... Bem, não por ser o pior filme de sempre - com uma excelente pontuação no IMDb - mas porque a forma de filmagem a deixou enjoada.

 

Acho que ainda vejo tudo a andar à roda...

 

Não entendo, ainda não entendo como é que um filme destes está no cinema, sério que não entendo, mas também tenho de ser sincera: a estúpida sou eu, que me atrevo a ver filmes sem saber nada sobre eles.

 

Passo a explicar. Eu e o Mulo queríamos ir ao cinema, o filme que queríamos ver - para não variar muito - não tinha sessões à tarde, e fomos ler algumas sinopses dos filmes que estavam em cartaz e houve uma sinopse que nos chamou a atenção.

Henry não tem quaisquer memórias. Após ter sido morto, foi ressuscitado no corpo de um ciborgue. Apesar da confusão mental em que se encontra e de pouco conhecer a realidade à sua volta, ele sabe que tem de resgatar Estelle, sua companheira no passado e responsável pelo seu regresso à vida, que foi raptada pelo terrível Akan e o seu "gang" de mercenários. Os raptores têm um plano em mente: usar os conhecimentos dela para criar um exército de super-soldados cibernéticos. Nas perigosas ruas de Moscovo (Rússia), Henry procura pistas sobre o paradeiro de Estelle, ao mesmo tempo que tenta descobrir a sua verdadeira identidade e o que motivou a sua morte.
Estreia na realização de Ilya Naishuller, um filme repleto de acção que se inspira no género FPS ("First Person Shooter"), em que o participante percebe os acontecimentos a partir do ponto de vista do protagonista.

 

Burros, burros, burros  mas porque raio em pleno século XXI, ambos com smartphones - e com capacidades para os usar - nos metemos à besta numa sala de cinema sem ver uma imagem do trailer? Bem, mas não querendo ser spoiler sem explicar os motivos, passo já de seguida à pseudo review deste pseudo filme. 

 

 

O filme ainda não tinha começado, e eu já desconfiava da realização de origem duvidosa do mesmo, só pelas estranhas letras e banda sonora que antecedia o dito, mas já era tarde demais para recuar. Pois bastaram 5 minutos de filme, para ter a certeza que este filme era ao estilo do Balas e Bolinhos - arriscaria quase a dizer que era mais ao estilo do Ninja das Caldas, mas poucos de vós, certamente conhecerão... - mas em estilo sangrento.

 

Fazendo um pequeno resumo... o filme conta a história de Henry que é ressuscitado -  em forma de robot - pela sua bela esposa Estelle. Henry não possui qualquer memória do passado e tudo o que lhe é dito é que deverá fugir de alguém que o persegue - cuja identidade ou motivo, desconhece. Entretanto, o processo de criação de Henry é interrompido e a sua esposa é raptada. Henry não possui voz, como tal não consegue comunicar com ninguém e deve descobrir e salvar Estelle, enquanto tenta despistar e proteger-se dos homens que o atacam. No entanto, com o tempo, Henry percebe que nem tudo é o que parece, e que a sua situação é mais complicada do que aparentava ser. 

 

A forma de filmagem do filme é... Diferente, diria, e barata também. Todo o filme é gravado pelos olhos de Henry, por isso suponho que tenha sido utilizada exclusivamente uma câmara GoPro. Ou seja, o personagem principal nunca aparece, a não ser as suas mãos, ou os seus pés, era como se estivéssemos dentro dos seus olhos. Nunca outra perspectiva aparece. Isto foi para mim o maior problema, por diversas vezes tive de fechar os olhos para ver se não vomitava,  não pelas imagens demasiado violentas - que são violentíssimas, mas também algo cómicas, ainda que nojentas -, mas porque a imagem não é estável, porque se o sujeito se move, a câmara move-se e então todo o filme se assemelha a uma viagem de carro em alta velocidade num "caminho de cabras", e isso deixou-me zonza e enjoada.

 

O filme apesar de ser para maiores de 18 anos, pretende prender públicos mais jovens, provavelmente dos 14 aos 18. Quem já jogou Counter-Strike? Quem já jogou, então conhece a perspectiva do filme - vemos uma arma que aponta aos restantes que aparecem trucidados rapidamente. O Robot mata pessoas atrás de pessoas de todas as maneiras e mais algumas - desde espetar facas em olhos, a decapitar pessoas, ... - e vemos sempre tudo, tudinho. Vemos por isso sangue do início ao fim do filme. Lembram-se do que eu disse aqui sobre a violência gratuita? Pois bem, violência gratuita é tudo o que este filme é, pois não há grandes explicações sobre os motivos de tal chacinaria, e tudo o que Henry acredita, é falso.

 

Não mete medo, não assusta, só é altamente nojento, nada mais. Passamos por isso de um filme que julgávamos ser de acção - "ah e tal, um rapto ele vai salvar a donzela, vai dar uns tiros e pouco mais", apesar de estranharmos o aviso de maiores de 18 - para um filme altamente parvo onde só se vê sangue e peças corporais soltas...

 

Só vos digo uma coisa: Antes ver toda a saga do Harry Potter e do Senhor dos Anéis a rever tal tonteria cinematográfica.

 

Resumo da ocupação do cinema ao longo do filme:

- 4 em 20 saíram da sala nos primeiros 20 minutos de filme;

- Outros tantos não regressaram após o intervalo;

- Os restantes riam-se nas cenas mais macabras;

- Os mais novos - estavam várias crianças com 10/12 anos na sala - estavam em delírio - acho que há pais que realmente não têm a noção dos limites...

 

Teoria do Mulo: Perdi o jeito para escolher filmes...

 

E tem razão, os últimos não foram grandes escolhas mas... caramba... será mesmo suposto um filme tão amador e parvo ir parar ao cinema, só porque os putos hoje em dia só sabem jogar coisas deste género no computador?

Curtas do dia #241

Coisas que se ouvem por cá:

 

Pedinte: Ó minha senhor ajude-me, que só me faltam 30 cents...

Senhora: Olhe, e a mim faltam-me 50... que são mais 20!

 

(risos, muitos risos)

 

Nestas alturas, não consigo evitar sentir-me muito má pessoa, porque também eu ri com tal situação, mas sabendo, que faltam sempre 30 cents para qualquer coisa para esse mesmo pedinte... acho que a minha consciência fica aliviada.

Desabafos do quotidiano, por vezes irritados, por vezes enfadonhos, mas sempre desabafos. Mais do que um blog, são pedaços de uma vida.